Polícia diz ter identificado 39 mortos de outros estados em megaoperação
31/10/2025
(Foto: Reprodução) Mortos em megaoperação no RJ: 109 já foram identificados, sendo 78 com histórico de crimes graves
A Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro afirmou que uma boa parte dos presos e dos mortos da Megaoperação Contenção, na última terça-feira (28), veio de outros estados — e alguns eram chefes do tráfico em suas regiões.
Até a última atualização desta reportagem, dos 117 suspeitos mortos no confronto, 99 haviam sido identificados. Destes, 39 não eram do RJ:
13 do Pará;
7 do Amazonas;
6 da Bahia;
4 do Ceará;
4 de Goiás;
3 do Espírito Santo;
1 de Mato Grosso;
1 da Paraíba.
Entre os chefes mortos estão:
Chico Rato, de Manaus (AM);
DG (BA);
FB (BA);
Fernando Henrique dos Santos (GO);
Gringo, de Manaus (AM);
Mazola, de Feira de Santana (BA);
PP (PA);
Rodinha, de Itaberaí (GO);
Russo, de Vitória (ES).
Ainda segundo o governo, dos 113 presos, 33 vieram de fora do RJ. Do total, 54 tinham antecedentes criminais.
Corpos enfileirados na Praça São Lucas
Betinho Casas Novas/TV Globo
Desde terça, agentes do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio realizaram uma força-tarefa para identificar os corpos. Além dos 117 suspeitos, 4 policiais, dois civis e dois militares, também morreram na ação. Os corpos dos agentes mortos já foram enterrados.
Objetivo era desarticular o CV
A operação, que envolveu 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, tinha como objetivo desarticular o Comando Vermelho e cumprir cerca de 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão.
A ofensiva resultou em confrontos intensos, especialmente na Serra da Misericórdia, onde dezenas de corpos foram encontrados por moradores e levados até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, para facilitar o reconhecimento.
Moradores relatam cenas de horror. “Eu moro aqui há 58 anos. Nunca vi isso. Vai ser difícil esquecer. Essa cena aqui pra mim foi trágica”, disse uma moradora. Outro comparou o cenário a uma catástrofe natural: “A cidade tá igual tragédia, como quando tem tsunami, terremoto, com corpo espalhado em cima do outro”.
Principal alvo fugiu
O traficantes Edgar Alves de Andrade, o Doca era o principal alvo da operação mas conseguiu escapar do cerco policial. O criminoso é considerado o maior chefe do Comando Vermelho (CV) em liberdade — na hierarquia, ele está abaixo apenas de Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar, ambos presos em penitenciárias federais.
Segundo Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio, o criminoso usou "soldados" do tráfico para fazer uma barreira e escapar da operação. O Disque Denúncia do Rio oferece R$ 100 mil para quem tiver informações sobre ele.
Traficante Edgar Alves de Andrade, o Doca
Reprodução
Segundo consta em sua ficha criminal, Doca nasceu em 1970 em Caiçara — há divergências em registros das próprias autoridades se sua origem é Caiçara no Rio Grande do Sul ou Caiçara na Paraíba.
Ele entrou para o crime há pelo menos 20 anos. Em 2007, foi preso em flagrante por porte de arma e tráfico de drogas, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio.
Balanço da operação
Operação com mais de 100 mortos na terça (28/10) mirou o Comando Vermelho nos complexos da Penha e Alemão
Reuters
121 mortes, sendo 117 suspeitos e 4 policiais
113 presos, sendo 33 de outros estados, como Amazonas, Bahia, Ceará, Pará e Pernambuco
10 menores infratores apreendidos
91 fuzis, 26 pistolas, 1 revólver apreendidos
1 tonelada de drogas apreendida
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