Família de Herus Mendes, morto em operação do Bope no Santo Amaro, vai receber indenização do Estado
31/10/2025
(Foto: Reprodução) Família de Herus Mendes, morto em operação do Bope no Santo Amaro, vai receber indenização do Estado
O Governo do Estado do Rio vai pagar indenização à família de Herus Guimarães Mendes da Conceição, de 23 anos, morto durante uma incursão do Bope no Morro Santo Amaro, na Zona Sul do Rio, em junho deste ano.
O acordo foi firmado nesta quinta-feira (30) após mediação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Coordenadoria de Autocomposição (COMPOR).
Pelo termo, o Estado se comprometeu a pagar indenizações por danos morais aos familiares e uma pensão mensal ao filho de Herus, Theo, de dois anos, até que ele complete 18 anos — ou 24, caso esteja matriculado em uma instituição de ensino superior. O pagamento da indenização deve ser feito em até 60 dias.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça
Herus Guimarães Mendes deixa um filho de apenas 2 anos
Arquivo de família
A assinatura do acordo aconteceu no gabinete do procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira, com a presença de representantes do MPRJ, da Procuradoria-Geral do Estado e de familiares da vítima.
O processo de mediação começou em julho e foi conduzido pelo COMPOR em cooperação com a Câmara Administrativa de Soluções de Conflitos da PGE.
LEIA TAMBÉM:
Office-boy morre baleado em festa junina no Rio
Castro exonera comandantes do Bope e do COE e afasta 12 policiais
Delegacia começa a ouvir PMs que participaram da ação
Corpo de Herus é enterrado sob protestos da família
De acordo com o Ministério Público, a iniciativa busca garantir uma reparação rápida e eficaz à família, evitando um processo judicial mais longo.
O órgão ressaltou que o acordo não interfere na investigação criminal sobre o caso, que segue sob análise da 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro, com apoio do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (GAESP/MPRJ).
Relembre o caso
Herus Mendes, que trabalhava como office-boy, foi baleado durante uma festa junina no Morro Santo Amaro, no dia 7 de junho.
Além do jovem morto, o tiroteio deixou ao menos mais cinco feridos, todos levados para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.
Segundo moradores, a comunidade recebia um encontro de quadrilhas juninas, que vieram de várias regiões do estado.
De acordo com o pai de Herus, ele levou dois tiros. O jovem foi levado para o Hospital Glória D'Or, na Zona Sul do Rio, mas não resistiu
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o policial militar responsável pelo disparo agiu em "legítima defesa putativa", em meio a uma troca de tiros e confusão provocada por traficantes da comunidade.
Em depoimento na 9ª DP (Catete), o sargento Daniel Sousa da Silva, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), disse que foi o único de sua equipe a realizar disparos na ação do Bope.
Ele afirma que os tiros foram uma resposta a disparos de traficantes contra a ação policial - contrariando uma primeira nota da PM após o fato, que afirmava que os policiais não dispararam naquela noite.
Herus Guimarães Mendes
Reprodução